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Fatores
de risco para doença cardiovascular
e a taxa de ácidos graxos
ômega-3 na população
adulta
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Populações
canadenses nativas, que tradicionalmente
consomem grandes quantidades de peixe, apresentam
taxas de mortalidade por doenças
cardiovasculares (DCV) menores que as taxas
das populações canadenses
não-nativas, as quais ingerem pequenas
quantidades de peixe. Os óleos de
peixe ricos em ácidos graxos ômega-3
podem ter um efeito protetor contra os fatores
de risco para as DCV.
Os objetivos desse estudo foram examinar
o perfil das concentrações
dos fosfolipídios plasmáticos
dos ácidos graxos ômega-3 ácido
eicosapentaenóico (EPA) e o ácido
docosahexaenóico (DHA) na população
do James Bay Cree, e verificar a relação
entre essas concentrações
e os fatores de risco para DCV.
A população estudada era representada
por 917 indivíduos na faixa etária
de 18 a 74 anos que participaram da Pesquisa
de Saúde Santé Québec
em 1991. Os dados foram obtidos através
de entrevistas domiciliares e visitas clínicas.
As amostras plasmáticas foram analisadas
quanto à composição
do ácido graxo fosfolipídio.
O consumo médio de peixe no dia anterior
ao exame era de 60 g entre a população
adulta. Expressas como percentual dos ácidos
graxos totais, as concentrações
relativas do EPA e do DHA foram 0,65% e
2,80%, respectivamente. Os ácidos
graxos ômega-3 foram encontrados em
maior quantidade nas pessoas que moravam
no litoral que nas pessoas que moravam no
interior.
Uma
relação positiva foi observada
entre a partícula de colesterol HDL
plasmática e os ácidos graxos
ô
mega-3. As quantidades de EPA e EPA+DHA
foram inversamente associadas aos triacilgliceróis.
Entre os indivíduos de 50 a 74 anos
de idade foi observada uma relação
inversa entre EPA e EPA:AA e total: HDL
colesterol.
Ao
final desse estudo, foi concluído
que os ácidos graxos ômega-3
podem influenciar favoravelmente alguns
fatores de risco para as DCV. A população
do Cree deve ser encorajada a manter sua
dieta tradicional rica em peixe, a qual
deve ser um dos fatores que os protegem
contra a mortalidade por DCV.
James Bay Cree Eric D. et al., American
Journal of Clinical Nutrition, Vol. 76,
No. 1, 85-92, Julho 2002.
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